O Pós-modernismo como uma corrente de pensamento presente nos mais variados campos do saber tem despertado a atenção de muitos críticos que se posicionam de diferentes maneiras frente ao problema. Na literatura, a contextualização de tal poética ora se impõe como um recrudescimento do fenômeno moderno, através de uma perspectiva temporal e histórica, ora questiona sua relação com o presente, indagando o locus ocupado por ela em um mundo globalizado, condenado a falar excessivamente do real, como diria Roland Barthes. Dessa forma, buscando estabelecer um campo de estudos essencialmente interdisciplinar e cooperativo dos textos ficcionais contemporâneos - aqui ilustrados pela poética do brasileiro Bernardo Carvalho e pelas obras do inglês Bruce Chatwin -, decidimos criar a coluna “Diálogos”. Esta, portanto, contará com a participação de pesquisadores de diferentes áreas - Letras, História, Sociologia, Filosofia e Antropologia - para a reflexão das diversas e polêmicas questões suscitadas por uma literatura de transgressão e desconstrução do senso comum que, ao manter fixo o olhar no seu tempo, consegue nele perceber “não as luzes, mas o escuro” do seu “século-fera”, como diria Giorgio Agamben. (O que é o contemporâneo e outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009).